quarta-feira, 20 de abril de 2011

Cambodja - Kullen Mountain



Apesar de os templos serem a principal atracção do Cambodja depois de um dia inteiro dedicado aos mesmos, no dia seguinte já apetece algo diferente...

Curiosos por conhecer um pouco mais do Cambodja actual e da sua população, decidimos visitar um lugar afastado de Siem Reap,pouco mencionado em guias turísticos mas muito apreciado pelos locais.
Kullen Mountain. Possui um Buda Gigante no topo da montanha que torna o lugar sagrado, tipo “Fátima” para nós. As pessoas vêm tocar no Buda, dar oferendas e para serem abençoadas com prosperidade e fertilidade através da água que é jorrada em cima do Deus Xiva, apenas representado na religião Hindu por um Pénis.


(Uma representação do Deus nas mãos do Tiago!)

Todos os templos Hindus Khmer no Cambodja têm estátuas de Pénis (alguns mais perceptíveis do que outros). É tradição jorrar a água em cima da estátua e depois passar essa mesma água pela cara e mãos porque dá prosperidade e claro...fertilidade.
Em Kullen Mountain, além das normais representações do Deus Xiva, há um rio que termina numa cascata. Como o rio tem um solo rochoso, este foi esculpido tendo mais de 1000 pénis.


(os círculos perceptíveis debaixo de água, são representações de pénis)


Por isso imaginem o que representa para os locais tomar banho na cascata que jorra água sagrada que percorreu 1000 pénis!
Como era um dia de fim-de-semana, a zona do rio e cascata estava inundada de famílias a fazerem piqueniques, conviverem e a tomarem banho.








Foi possível perceber como estas pessoas se distraem, o que as faz felizes e provar algumas delicias/snacks apreciados pelos Cambojanos.


(uma nova fruta...MILK FRUIT "Fruita Leite". Faz recordar ligeiramente um figo em termos de sabor)


Como éramos os únicos turistas, demos um pouco mais nas vistas (“ o que é que estes gajos andam aqui a fazer pah?! Enganaram-se no caminho!) mas de forma geral, as pessoas sorriam quando tirávamos fotos :) São de facto uma população amorosa!


terça-feira, 19 de abril de 2011

Cambodja - Angkor Wat



Mas quem é que se havia de lembrar que ver o nascer do Sol no Angkor Wat valeria a pena?!
Quando o despertador tocou, foi uma tortura para acordar mas por experiências anteriores (nomeadamente no Machu Pichu) sabíamos que o facto de chegarmos ao maior ponto de atracção ao nascer do sol, iria permitir-nos ver o lugar com um pouco mais de tranquilidade acompanhados pelos primeiros raios de sol do dia quando ainda está fresco.

O nosso guia veio-nos buscar e lá rumámos ao Parque de Angkor (antiga capital do Império Khmer) começando pelo templo principal, o Ankor Wat. Mesmo ainda ás escuras, a caminho do templo sentia-se uma agitação elevada de pessoas muito incomum para aquela hora da manha. 



Algo que já nos tinham avisado e que rapidamente constatámos quando chegámos ao Angkor Wat, é que o número de turistas é enorme e por isso apesar de todo o cenário criar um ambiente místico e tranquilo, este será sempre interrompido pela agitação humana. É preciso estar preparado para isso, de qualquer forma valerá sempre a pena e não há como contornar a situação.O parque de Angkor estará sempre cheio de turistas, quem pode culpar de todos querermos visitar uma das maravilhas da história do mundo?


Entrar no perímetro de Angkor Wat suscita logo uma sensação de surpresa ao de repente nos defrontarmos com o Templo cuja forma é única (sobressaem as 5 torres com a forma da flor de Lótus). Foi delicioso ver o nascer do sol aparecer por detrás do templo e depois explorar o mesmo acompanhados pelas explicações do nosso Guia. As paredes de pedra esculpidas são espectaculares e contam histórias do Deus Vixnu (Deus Hindu) ao qual o Templo foi dedicado.


É o maior e mais bem preservado templo dos que integram o assentamento de Angkor. É também o único que restou com importante significado religioso - inicialmente hindu, e depois Budista - desde a sua fundação. O templo é o ponto máximo do estilo clássico da arquitectura Khmer. É considerado como a maior estrutura religiosa alguma vez construída e um dos tesouros arqueológicos mais importantes do mundo.

O parque de Angkor é enorme e é altamente aconselhável percorre-lo de bicicleta, tuk tuk ou carro senão demorarão muito tempo a conseguir visitar os templos principais.
Após Angkor Wat visitámos o Bayon Temple popular pelas caras de Buda esculpidas nas torres do templo Apesar de bastante degradado, algumas das caras de Buda ainda estão bastante definidas dando uma identidade muito própria ao templo!


Outro templo também popular que visitámos foi o Angkor Thom, que aparece no filme Tomb Raider. É um dos poucos templos em que ainda é possível ver como a Natureza se apoderou dos templos após anos e anos de abandono por parte dos seres humanos (foi deixado de propósito assim para os turistas terem uma ideia de como os templos se encontravam quando iniciaram as obras de recuperação dos mesmos). Literalmente as árvores invadiram os templos, abraçando-os e derrubando-os em alguns casos.
 








Os templos de Angkor sempre foram do conhecimento da população cambojana mas inicialmente por desleixo/falta de recursos para conserva-los e depois devido ao regime de Pol Pot (Lider autoritário que tinha a ambição de criar um regime comunista baseado numa população analfabeta e agrícola) que arruinou o país nos anos 80, os templos estiveram dezenas de anos ao abandono e daí a sua actual degradação.






















Sugerimos uma massagem aos pés depois de um dia destes...custa entre 2 a 5 USD e é a melhor forma de relaxar depois de uma aula de história ao vivo!

domingo, 10 de abril de 2011

Cambodja - Viagem pelo Interior

No segundo dia no Cambodja aguardou-nos uma viagem de 5 a 6 horas até Siem Riep, a cidade dos templos Khmer. (É possível voar ou ir de barco também)

Iniciámos o dia com umas belas baguetes, influência da colonização Francesa (depois de tanto tempo em Singapura, o pão do Cambodja já nos parece uma maravilha do céu - apesar de incomparável ao português..).
Apanhámos o autocarro provavelmente com mais de 30 ou 40 anos (não admira só termos pago 5 USD), que vinha com alguns turistas, mas também bastantes locais, que viajavam para Siem Riep ou localidades entre as duas cidades.
A viagem, embora longa, foi excelente para ver o interior do país e as aldeias do Cambodja para além de termos tido o privilégio de ouvir musica cambojana e assistirmos ao Rambo na língua local. eheh

Foi interessante ver que a maioria das casas nas aldeias que se extendem ao longo da estrada são barracas de madeira improvisadas, que se erguem sobre altas estacas; a princípio pensávamos que seria por causa das chuvas. Mas durante a viagem, um rapaz do Cambodja meteu conversa connosco e ao perguntarmos-lhe sobre estas casas, ele respondeu que é por causa das térmitas. As estacas até podem ser feitas de madeira, mas segundo ele, estão sobre cimento (que podíamos ver), e alguns centímetros de altura bastam para impedir que as térmitas subam e estraguem a madeira. Quanto mais altas forem as estacas, mas "status" tem a casa e a família, encontrámos casas sobre estacas que facilmente chegavam aos 2/3 metros de altura.

Além disso, as casas são de madeira, por questões religiosas, visto que só os templos deverão ser feitos de Pedra, um material mais resistente e dispendioso (historicamente, já que actualmente as casas de madeira são mais dispendiosas que uma casa de cimento).

A viagem permitiu-nos ter uma ideia da vida pacífica mas esforçada que a população do interior do Cambodja tem.
As crianças brincam na rua, de pés descalços e com roupas com cores esbatidas. As famílias e vizinhos, conversam todos juntos,em círculos, numas espécies de cabanas que costumam haver em frente ás casas abrigados na sombra.
Vêem-se agricultores a tratar a terra,senhoras a pendurar a roupa no quintal das casas...casas muito simples, muitas delas ainda sem electricidade e com janelas sem vidros (obviamente!), apenas com portadas de madeira.
De vez em quando vê-se uma barraquinha que vende os bens essenciais como arroz, fruta, snacks e refrigerantes e garrafas de gasolina para as motas que vão passando e que são uma realidade crescente neste país.

Nesta altura do ano a paisagem é bastante agradável, com muito sol. Simplesmente não chove. O Cambodja tem cerca de 6 meses de chuva e 6 meses de sol, e nesta altura, só há sol. A juntar a isto a paisagem não tem muitas montanhas. É maioritariamente composta por planícies e por isso dá para ter uma vista que se estende até bem longe. De vez em quando dá para ver ao longe templos, cidades, e cemitérios coloridos.

Parámos pelo caminho, uma das quais ao pé de uma fábrica de criação de aranhas, tarântulas talvez, daquelas gordas e bem peludas :). Estas aranhas podem ter o tamanho quase de uma mão e são uma iguaria aqui. A população local usa estas e outros insectos, como baratas e frita-as. Deixamos algumas fotos da viagem e das iguarias :)







 












Logo nesta viagem começámos a aperceber-nos da simpatia deste país. As pessoas sorriem facilmente, respondem ao nosso aceno de mãos com vivacidade e espontaneidade. Os mais jovens metem conversa, querem saber de onde somos e praticar um pouco o seu inglês rudimentar.

Siem Reap já tem o feeling de uma cidade, e facilmente se sente o impacto do turismo visto que toda a cidade está em continua construção...construção de novos hotéis, urbanizações e infra-estruturas para satisfazer a procura turística.

É barato arranjar alojamento na cidade e na Rua principal encontram-se todo os tipos de restaurantes, que podem custar de 3usd a 20 usd e que podem oferecer uma refeição tipicamente cambodjiana ou uma perfeita pizza italiana/hamburger americano.







A deslocação pela cidade pode ser feita simplesmente a pé (não é assim tão grande) ou de Tuk Tuk, umas bicicletas/motas com um atrelado para 2 a 4 pessoas se sentarem e que por 1/2 usd fazem qualquer rota de 10 a 20min.

Ao chegarmos a Siem Riep aguardava-nos um guia. Fizemos questão de contratar um guia certificado  porque para estes casos onde se visitam templos como Angkor Wat, sabemos que vale a pena. Ter um bom guia pode fazer a diferença entre apenas ver os templos ou ter uma experiência mais profunda, conhecer a história, os costumes. Além disso é um completo descanso, porque o guia tem o seu próprio transporte, leva-nos aos lugares a visitar e nós só temos que absorver o que partilha connosco e tirar as fotos para mais tarde recordar!

Ainda tendo chegado no inicio da tarde, foi possível rumar até ao Parque de Angkor Wat (onde se encontram os templos)  e ver o Pôr-de-Sol num dos templos. É bonito, místico mas apercebemo-nos que outras centenas de turistas se lembraram de fazer o mesmo :)


Uma boa dica, se entrarem no Angkor Park depois das 17h podem comprar um bilhete de um dia que será válido para esse final de tarde e para o dia seguinte. Geralmente as pessoas pensam que só poderão comprar no próprio dia!

Mas deixaremos as nossas impressões sobre os templos para um próximo post. Por agora ficam aqui mais algumas imagens.